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Cruzeiro do Sul


 A Constelação do Cruzeiro do Sul, também conhecida como Crux, é uma conhecida constelação do hemisfério sul celeste. Apesar de ser a menor das 88 constelações reconhecidas pela União Astronômica Internacional, esta é de fato uma constelação muito interessante.

 No hemisfério sul não existe uma estrela que possa servir de referência para indicar onde se situa o Pólo Sul Celeste, ao contrário do hemisfério norte que tem a estrela Polaris a indicar o Pólo Norte Celeste. Na realidade, no hemisfério sul a estrela que poderia indicar o Pólo Sul Celeste seria a Sigma Octantis, porém o seu brilho é muito fraco e só é visível à vista desarmada a partir de um local escuro e se as condições atmosféricas forem boas. Como tal não serve de refência.

 Neste caso a constelação do Cruzeiro do Sul tem um papel importante, pois é bastante útil para indicar o sul. Seguindo uma linha imaginária a ligar a estrela Gacrux (também conhecida como Rubídea) à estrela Acrux (também conhecida como Estrela de Magalhães), estaremos próximos do Pólo Sul Celeste se continuarmos com essa linha, a partir da estrela Acrux, até ter um comprimento de cerca 4,5 vezes a distância entre essas duas estrelas. Dada a localização da constelação do Cruzeiro do Sul, esta é visível apenas no hemisfério sul e em regiões do hemisfério norte próximas do equador.

 Devido a um fenómeno chamado de precessão dos equinócios, o Cruzeiro do Sul nem sempre esteve assim tão próximo do Pólo Sul Celeste. Há alguns milhares de anos atrás, esta constelação era visível em alguns locais na Europa, situação que não ocorre atualmente. A constelação do Cruzeiro do Sul tem algumas estrelas que se destacam: A mais brilhante é Acrux (também conhecida como Alfa Crucis ou ainda como Estrela de Magalhães), com magnitude aparente de +0,81; Becrux (também conhecida por Beta Crucis ou ainda por Mimosa); Gacrux (Gama Crucis ou ainda Rubídea); Pálida (ou Delta Crucis) e Intrometida (ou Épsilon Crucis).

 Esta constelação tem ainda outros objetos celestes de interesse. É o caso da NGC 4755, conhecida como “Caixa de Joias“, sendo este um aglomerado estelar aberto; nesta constelação está também a Nebulosa do Saco de Carvão.

 A constelação do Cruzeiro do Sul está representada em bandeiras de vários países, tais como Brasil, Austrália, Nova Zelândia, entre outros.


Orion




 A constelação de Orion (ou Orionte), é uma das constelações mais conhecidas dado ter estrelas brilhantes e também outros objetos celestes de grande interesse. Esta constelação pode ser observada a partir da Terra em ambos os hemisférios. Um dos aspectos que a constelação de Orion se destaca é a sua forma de trapézio formada por 4 estrelas brilhantes: Betelgeuse (estrela alfa da constelação de Orion), Bellatrix (gama), Saiph (kapa) e Rigel (beta).

 A constelação de Orion também possui 3 estrelas alinhadas quase em linha reta, popularmente conhecidas como as Três Marias: Mintaka (delta), Alnilam (epsilon) e Alnitak (zeta). A constelação de Orion tem ainda vários objetos do “céu profundo”. Um dos mais interessantes é certamente a Nebulosa de Orion, também conhecida como M42. A M42 é por muitos considerada como uma das mais belas nebulosas que podemos observar. A M42 está a cerca de 1350 anos-luz de distância, e sua magnitude aparente é de +4, no limite daquilo que pode ser visto a olho nu, sendo portanto visível à vista desarmada num local escuro e em condições atmosféricas favoráveis. Nesta constelação existem ainda as nebulosas M43, M78, a Nebulosa Cabeça de Cavalo (também conhecida por IC 434), entre outras nebulosas. Existem ainda vários enxames de estrelas.



Buracos Negros


 O que é um buraco negro?

 Quais as suas características?

 Buraco Negro é um corpo celeste que possui um campo gravitacional de tal forma intenso que nada pode escapar à sua força, nem a própria luz. Para que esse campo gravitacional se produza é necessária uma grande quantidade de massa extremamente concentrada.

 Para entendermos melhor este aspeto, é importante conhecermos o conceito de “velocidade de escape”, também conhecido por “velocidade de fuga”. Vamos supor que atiramos um objeto na vertical, de baixo para cima. Vamos observar que o objeto irá subir até uma determinada altura e inevitavelmente cairá no chão. Numa segunda tentativa, vamos atirar o objeto com mais força. O que acontece?

 Obviamente que ganhará mais velocidade e portanto subirá mais alto que na situação anterior e acabará depois por cair. Ou seja, quanto mais força imprimirmos maior será a velocidade inicial do objeto e então o objeto chegará mais alto. Com base nisto, é então possível lançarmos o objeto com tal força (imprimindo determinada velocidade inicial) que esse objeto não voltará mais, ou seja, escapará à força da gravidade da Terra. A essa velocidade necessária para fazer um objeto escapar à gravidade (seja da Terra ou de qualquer outro corpo celeste) chamamos de velocidade de escape ou velocidade de fuga. Por exemplo, a velocidade de escape da Terra na sua superfície é de 11,2 km/s.

 Feita esta explicação sobre o que significa velocidade de escape (ou de fuga), podemos dizer que em volta do buraco negro existe uma fronteira teórica chamada de horizonte de acontecimentos. Dentro dessa fronteira teórica que tem a forma de uma superfície esférica, a velocidade de escape é superior à velocidade da luz.        

 Sendo que a velocidade máxima permitida no Universo é a velocidade da luz, então concluímos que nada pode sair do buraco negro.

 Obs.:  A velocidade da luz no vácuo é de aproximadamente 3,0 X 108 m/s ou 300.000.000 m/s em uma aproximação grosseira.

 Se necessitarmos de valores mais precisos o valor exato é 299.792.458 m/s.

 Em meios materiais, a velocidade da luz é menor que no vácuo.


 O Ano-Luz

 Utilizado na astronomia como padrão para medir distâncias, o ano-luz é a unidade correspondente à distância que a luz percorre no vácuo durante um ano. Sendo que a velocidade da luz é igual a 300.000 km/s e que um ano tem 365 dias e 4 horas ou 31.550.400 segundos, temos que a distância percorrida pela luz no vácuo em 1 ano é, aproximadamente, 9.465.120.000.000 km (aproximadamente 10 trilhões de quilômetros).

 O ano-luz, portanto, é utilizado para medir distâncias muito grandes. A estrela Alfa do Centauro, que é a segunda estrela mais próxima da Terra, está a, aproximadamente, 43 trilhões de quilômetros (43.000.000.000.000 km) ou, simplesmente, 4,3 anos-luz. Isso quer dizer que a luz emitida hoje por essa estrela irá demorar 4,3 anos para chegar à Terra.

 Quando observamos o céu numa noite estrelada, várias daquelas estrelas estão extintas, embora nos deem a impressão de sua existência.

 Por Kleber Cavalcante Graduado em Física - Equipe Brasil Escola